Compreende-se que as obras da
Barra teriam que ter toda prioridade possível por causa do Carnaval. Seria
terrível o desfile no Circuito Dodô começar na altura do Cristo com a
concentração dos Trios Elétricos na Avenida Centenário como já estava se falando,
e tanto isso é verdade, que os donos de camarotes aguardaram até o último
instante para começar a sua montagem. Noutros anos, um mês antes e já estavam a
se instalar. Este ano começaram as obras praticamente há quinze dias.
Por outro lado, não se pode aceitar,
entretanto, que as obras de revitalização de Itapagipe já se arrastem por mais
de três anos, desde o governo passado, prejudicando todo o visual da Avenida
Beira mar naquela localidade.
Para completar o “misère” fecharam todos os bares no circuito entre a
Penha e a Praça Divina, no Porto do Bonfim e quem ia a península para um deleite de fim
de semana, pode esquecer. Não tem nem mais onde se sentar. Ainda se passa de carro
pelas suas avenidas esburacadas, mas não tem mais onde “ficar”.
Nesse ponto devemos parar para
refletir o que vem acontecendo em Salvador desde a retirada das barracas de
praia pelo Ministério Público. O baiano e o turista ficaram sem o conforto que
esse equipamento proporcionava como sejam: sombra, mesas e cadeiras, serviço de
bar e restaurante, chuveiro e começava a se instalar sanitário em muitas delas ou era só exigir e fazer as tubulações necessárias.
Abordou-se acima apenas o
detalhe material. No contexto social foram extinto milhares de empregos e foram extintas centenas de pequenas
empresas. Sim, a barraca era uma pequena empresa que pagava seus impostos e
mais não fazia por falta de regulamentação e fiscalização do setor,
responsabilidade dos poderes constituídos.
Às barracas sucedeu-se o que
chamamos “central de isopores” na própria praia. Horrível! Em seguida, tiraram
os isopores e se instalaram centenas de mesas e cadeiras com um sombreiro com o
nome de uma cervejaria. O abastecimento vinha de um imóvel próximo, alugado que
foi ou mesmo de uma central de isopores devidamente camuflada em baixo de uma
árvore ou atrás de um muro a certa distância.
No final das coisas sobraram
os toldos instalados nas proximidades das avenidas, acima das praias. Temos em
Itapuã um exemplo magnífico. Belíssimos! Foram preservados. É um oási naquela solina. Fica-se!
Tínhamos também os toldos da
Penha e do Pôço em Itapagipe, também instalados acima das praias. Eram também oasis.
Estes últimos foram agora
demolidos, mas os toldos de Itapuã permaneceram intactos. Só queremos saber o
porquê os da Avenida Otávio Mangabeira permaneceram intocáveis e os de Itapagipe foram demolidos. Só saber!
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