segunda-feira, 3 de março de 2014

AS MARQUISES COMO PRECURSORAS DOS CAMAROTES DE CARNAVAL

Escrevemos em 2012 que o Carnaval baiano estava evoluindo para o que acontece no Rio de Janeiro faz algum tempo, ou seja, um Carnaval de camarotes.

Em verdade, contudo, esta inspiração vem de tempos mais atrás, da própria Salvador de 1930/1940 quando as famílias mais abastadas alugavam o primeiro andar dos prédios ao longo da Avenida 7 de setembro e  se mudavam para lá com camas e colchões, uma boa mesa, muitas cadeiras e artefatos de cozinha. Iam desde sábado e só voltavam para suas residências na quarta-feira de cinzas.


Prédios com marquise na Av. 7 de setembro

Tinha preferência os prédios com marquise. Por quê?  No auge da festa, os moradores avançavam além das janelas e se sentavam nessas marquises, correndo sérios riscos de desabamento como já ocorreu afora o perigo de choque elétrico.

Ainda nos tempos de hoje, ainda persiste essa tendência, hoje reprimida pela Prefeitura, após desabamento de uma dessas marquises.  Vejam uma notificação da Prefeitura publicada num jornal de Salvador:


“A Prefeitura de Salvador (BA) proibiu o uso de marquises de prédios históricas como camarotes improvisados durante o Carnaval de 2011. A determinação foi divulgada na quarta-feira (2). 

A administração municipal notificou 36 proprietários de imóveis com marquises e sacadas que ficam no circuito do carnaval baiano. Ao todo, foram emitidas 51 notificações, já que alguns proprietários têm mais de um imóvel na área. Segundo a prefeitura, essas sacadas ameaçam cair caso haja algum sobrepeso.” 

Em tempo, as marquises da maioria dos prédios antigos da Av. 7de setembro  foram construídas para proteger pedestres do sol e da chuva. Foi um dos elementos marcantes de identidade da arquitetura moderna brasileira. 

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